Author(s): Andrés Passaro, Gonçalo Henriques & Isadora Tebaldi
Nas últimas décadas, o Brasil contou com um desenvolvimento irrefreável em seus municípios, muitas vezes condicionado pelo ineficaz gerenciamento público e movido à interesse do capital, e, no centro disso, terrenos marginalizados pela sociedade, dia após dia, perdem seu último resquício de perceptibilidade. Esses espaços, às vezes degradados, quase sempre esquecidos, são referenciados como vazios urbanos; áreas disfuncionais e carentes de propósito social. Sobretudo localizados entre pontos críticos de infraestruturas salientes, os vazios urbanos são contrapontos às novas tecnologias, como traduz o objeto deste estudo: um recorte de oito quilômetros do BRT Transcarioca. Embora esta via de ônibus expresso colabore com a mobilidade do subúrbio carioca, ela também reorganiza a malha urbana da cidade, resultando novos desafios. Do recorte estudado, cinquenta são os vazios urbanos. Como a tecnologia, predecessora de incontáveis mudanças, pode produzir retrocesso? Este trabalho esperou resolver a premissa de que a tecnologia rediscute a paisagem urbana, incorporando-se também da própria tecnologia para engendrar uma metodologia de desenvolvimento arquitetônico, que consiste em quatro etapas: identificação e classificação das áreas de atuação; geração de um algoritmo auto-aprimorado, responsável por três operações geométricas no espaço; e seleção dos resultados otimizados por meio de três critérios físicos. A intenção do trabalho não é resolver problemas dos vazios urbanos, mas apresentar um algoritmo que permita a ocupação otimizada nessas áreas. Ainda é cedo para afirmar se o algoritmo funciona corretamente, mas ele já está indicando resultados inesperados devido à aleatoriedade de processos operacionais, contribuindo para o desenvolvimento de um novo sistema evolucionário.
Volume Editors
ISBN
978-1-944214-31-9