Exclusão e auto-segregação, uma leitura da urbanização dispersa a partir do território de Bragança Paulista/SP

A urbanização brasileira contemporânea apresenta um contexto de dispersão e fragmentação, muitas vezes associada a uma rápida transformação de zonas rurais em urbanas, através do parcelamento. São conhecidos os problemas decorrentes, tais como alta do preço da terra e a especulação imobiliária, e portanto a falta de atendimento das necessidades sociais de populações de baixa renda, além do acesso à equipamentos públicos e infraestrutura urbana destes locais, resultando em uma segregação socioespacial, outro efeito complexo da urbanização dispersa toma a forma de impacto socioambiental em bacias hidrográficas, em destaque às destinadas ao abastecimento público de água. O objetivo principal desta pesquisa é analisar os possíveis impactos socioambientais do fenômeno no município de Bragança Paulista durante os últimos 30 anos, uma vez que o município apresenta um contexto de segregação socioespacial e está inserido em duas Área de Proteção Ambiental, além de apresentar um alto grau de parcelamento do solo urbano através de legislações permissivas como a “Macrozona Rural Urbanizável”. A pesquisa pretende avaliar as áreas ambientalmente sensíveis e analisar o uso e ocupação de bacias hidrográficas. Para tanto foi realizada uma revisão bibliográfica, mapeamento dos parcelamentos regulares ou irregulares e a identificação da divisão do município em setores censitários e bacias hidrográficas, para então produzir tabelas e fichamentos para uma comparação socioespacial das regiões do município. Desta forma é possível analisar a distribuição espacial dos empreendimentos pelas regiões e eixos de mobilidade do município, verificando também padrões urbanísticos, impactos socioambientais podendo gerar contribuições para o aperfeiçoamento de políticas públicas.

Volume Editors

ISBN
978-1-944214-31-9