Author(s): Jessica Mascarenhas & Nilo Alves
A lei brasileira¹ estabelece a água como espaço público. Do.Cais é uma proposta que assegura usos consistentes com esse status nas águas da Baía de Guanabara. Ao longo do tempo, a especulação do valor da terra se impôs a água, estrangulando os seus fluxos com aterros. A rápida urbanização informal ao longo da costa aumentou o despejo irregular de esgoto. As praias que eram lotadas são agora impróprias para o banho. Pescadores, a última resistência na Baía, são pressionados pelas zonas restritivas impostas pelas atividades portuárias e industriais. A Baía é plano de fundo para disputas territoriais. O pragmático e o subjetivo são tese e antítese sem síntese. As estruturas projetadas se ancoram nos campos instáveis entre escultura e arquitetura para conectar esses pontos dialéticos. ÁREA 1 – O CAIS DA PONTE O vão central da Ponte Rio-Niterói é a plataforma dessa estrutura. Aplica-se a política pública existente em outras vias expressas do Rio, fechando faixas para pedestres nos fins de semana. Na água, um píer flutuante dá acesso a um dos poucos pontos onde a água da Baía é limpa. Ali, usuários têm contato com pescadores que passaram a alugar seus barcos para uso turístico. ÁREA 2 – OS BERÇÁRIOS Cubos flutuantes ancorados na proximidade de berçários naturais, tradicionais pontos de pesca cada vez mais restringidos pelas zonas proibidas. Flutuando entre o permitido e o proibido, esses cubos se tornam habitats da vida marinha, marcadores na paisagem para pescadores que escolheram resistir. ¹ BRASIL. Lei n 9.433, 8 de Janeiro 1997
Volume Editors
ISBN
978-1-944214-31-9