Author(s): Daniela C. Vianna Getlinger & Julio Luiz Vieira
Este artigo discorre sobre a condição de segregação urbana territorial e de vulnerabilidade socioambiental da área de várzea do Distrito do Cangaíba, zona leste de São Paulo, e da relação que essa condição estabelece com as barreiras físicas e sociais que separam a cidade formal dos territórios informais. Essas barreiras, conformadas pelas estruturas de fluxo que cortam a cidade de São Paulo, são responsáveis pela descontinuidade do tecido urbano, dificultando a mobilidade da população local. A população mais carente do Distrito Cangaíba, ocupando informalmente a área de várzea, encontra-se isolada da porção de assentamento formal, na parte mais alta do território e com a maior concentração de equipamentos públicos da região, tendo que deslocar-se frequentemente para acessar tais serviços. Entre os dois territórios, a barreira, representada pela linha férrea, impregna-se de significados ao isolar populações vizinhas e alimenta um estigma social que incita preconceitos mútuos. Com o aporte de dados qualitativos e quantitativos, cartografias oficiais, visitas ao território, levantamento fotográfico e leituras gráficas, fez-se uma análise das condições físicas do bairro e do cotidiano dos moradores. Com o apoio de teorias urbanas buscou-se refletir sobre as possibilidades de transformação dessa condição de isolamento físico e social. Considera-se que o enfrentamento de tais limitações impostas pelas barreiras pode ensejar oportunidades de construção de novas relações de troca e convívio entre os lados apartados do território, com vistas à superação das fragilidades e desigualdades urbanas observadas. Palavras-chave: barreiras; segregação territorial; vulnerabilidade.
Volume Editors
ISBN
978-1-944214-31-9