A dimensão urbanística da preservação do patrimônio na Área Central da Cidade do Rio de Janeiro

Este trabalho investiga o papel que a salvaguarda do patrimônio cultural edificado – bens arquitetônicos, urbanos e paisagísticos da atividade humana, que adquirem significação cultural – exerce na estruturação da forma urbana. Considerando como recorte espacial a Área Central da Cidade do Rio de Janeiro, que comporta tanto o núcleo urbano original, a área central de negócios e os anseios transformadores de grupos políticos e empreendedores imobiliários, investigamos em que medida as práticas de preservação participaram nas propostas urbanísticas à época da valoração patrimonial. A presença desta relação dialética no tecido urbano da Área Central, faz desta área um laboratório de estudos exemplar. Seriam estes projetos urbanos, e a ameaça da sua concretização na cidade, as motivações para empreender a preservação? Essa Área Central também contém bens protegidos pelo instrumento de tombamento, criado em 1937, e áreas de preservação, estabelecidas a partir dos anos 1980. A despeito da salvaguarda legal, muitos setores e edifícios protegidos estão, por diversas razões, em situação de degradação. Contribuem para este quadro a institucionalização de práticas patrimoniais que carecem de uma dimensão projetual descolando-as do papel que desempenham na produção da forma urbana. A fim de retomar a capacidade do patrimônio como projeto e legado para o futuro é fundamental compreender os processos que incidiram em sua valoração de maneira articulada às propostas urbanísticas desenvolvidas. Questão que será analisada aqui a partir de uma situação empírica emblemática: o projeto da Av. Norte-Sul e sua repercussão no tombamento do edifício da antiga Escola de Engenharia.

Volume Editors

ISBN
978-1-944214-31-9