A arquitetura Neocolonial em Santa Catarina:do erudito ao popular

Na primeira metade do século XX fomentou-se a ideia de que o Brasil deveria ter uma identidade arquitetônica própria, desvencilhando-se dos modismos e estrangeirismos trazidos pela arquitetura eclética. Empreendeu-se assim a missão de se criar uma arquitetura que resgatasse os primórdios do mito da origem portuguesa do povo brasileiro. Por meio de vários estudos e propostas feitas por intelectuais, o movimento neocolonial toma corpo, e chega a diversos cantos do país como a representação de um Estado moderno e forte, especificamente durante o Governo o Vargas. Em Santa Catarina, no período getulista, diversas cidades emancipadas ou fundadas anos antes, careciam de modernização estatal, receberam então exemplares da arquitetura oficial em neocolonial: sedes corporativas das empresas públicas, conjuntos e edificações de educação e saúde. Rapidamente esta arquitetura se populariza, especialmente por atender bem ao programa residencial adaptado às novas práticas urbanas e às novas normativas municipais que passam a exigir maior ventilação e soluções para o escoamento das águas pluviais. As casas neocoloniais eram consideradas por muitos como “máquinas de morar”. Em Florianópolis, além de sede de instituições, esta arquitetura se torna praticamente a linguagem oficial das novas áreas residenciais de expansão urbana do centro colonial. São lotes grandes em áreas nobres, cujo valor imobiliário tem fomentado um rápido processo de substituição edilícia. A proposta deste artigo é colocar luz sobre um estilo arquitetônico até muito recentemente considerado menor pelos estudiosos do patrimônio, que geralmente não contam com proteção institucional, mas representam importante período de crescimento de diversas cidades brasileiras.

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ISBN
978-1-944214-31-9